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Marisa Costa, Vice-presidente da APROLEP

Num país de sabores autênticos e paisagens moldadas pelo trabalho do homem, o agricultor destaca-se pela sua arte de alimentar crianças, jovens, adultos e idosos. Cada copo de leite, cada pedaço de queijo, cada colher de iogurte carrega uma história de entrega, resiliência, paixão e determinação.

Portugal é um país pequeno mas tem pessoas "GIGANTES", que sonham, empreendem, trabalham e fazem acontecer. O dinamismo e proatividade caracteriza as nossas gentes e o seu trabalho é a maior evidência disso.

Foi com muito orgulho que vi um grupo de produtores de leite portugueses organizar um congresso europeu que contou com a presença de cerca de 400 agricultores e técnicos oriundos de toda a Europa. Os participantes do congresso visitaram 8 empresas agrícolas portuguesas e ficaram fascinados com o número de mulheres na gestão das vacarias, a produtividade dos animais, produtividade das culturas, a limpeza das vacarias e dos animais, a aposta em tecnologia, etc. Além de ser um encontro de partilha, conhecimento, troca de sinergias e perspetivas concluímos que temos uma preocupação comum: rejuvenescer o setor e obter a merecida rentabilidade do nosso trabalho.

Nos últimos meses tenho reforçado ainda mais a minha crença que merecemos mais! Ser competitivo é fundamental e pelo facto de vivermos num mundo global, urge criar estratégias para afirmar a produção de leite portuguesa no contexto europeu e para isso é fundamental que o preço pago à produção seja equivalente ao resto da Europa. Como podemos competir com os produtores europeus se pelo mesmo produto recebemos menos dinheiro, sendo os custos de alimentação praticamente iguais em toda a UE?

Como devemos nós agricultores tomar decisões a longo prazo? Como devemos gerir o nosso efetivo para nos prepararmos para o futuro? Em 2025 a indústria passou (e bem) a valorizar os sólidos, mas ainda há poucos anos atrás os produtores com leite com elevado teor de gordura eram bastante penalizados. Em que ficamos? Devemos apostar em leite A2A2? Precisamos de tomar decisões a longo prazo e para isso é fundamental a indústria clarificar o que pretende.

O Governo também tem bastante responsabilidade na promoção da agricultura com a definição de políticas que potenciem o setor agrícola. Por exemplo, os atuais projetos para instalação de jovens agricultores são pouco atrativos e a dotação financeira disponível fica muito aquém das necessidades. Além disso, obrigam a que os filhos de pais com 50 anos assumam sozinhos a gestão da empresa, o que acarreta enormes desafios na passagem do negócio. A formação obrigatória deveria preceder a aprovação da candidatura para que houvesse um maior conhecimento dos desafios, exigências e potencialidades do negócio.

Por fim, defendo que além de atualizar a oferta formativa disponível, esta deve estar ajustada às necessidades atuais, incluir prática, orientada para o empreendedorismo e alinhada com os desafios de sustentabilidade, digitalização e mercados globais. Promover o ensino profissional, apostar nas escolas agrícolas será o caminho para reduzir a dificuldade de mão de obra qualificada.

Com coragem no olhar e pés firmes na terra, nós os agricultores enfrentamos cada desafio com a determinação de quem cultiva não só o solo, mas o futuro.

Marisa Costa
Vice-presidente da APROLEP

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